O operador turístico líder na Península Ibérica celebra 50 anos no mercado. A TRAVEL MAGG conversou com Luís Santos, diretor da Soltour em Portugal, para perceber as tendências do mercado português e quais os destinos que vão estar na berra nos próximos anos.

Qual é o balanço do último ano? 
O ano passado ficou bem, cumprimos aquilo que era o nosso orçamento. Tivemos uma faturação líquida de 55 milhões de euros, dentro daquilo que era o esperado. Tivemos uma taxa de ocupação, oxalá fosse 100%, não foi obviamente, mas bastante boa. Com uma operação exclusiva, como temos, no caso de Samaná, um avião grande, que custa a vender, sendo o único operador a vender aquele destino, obviamente custa mais.

Samaná é exclusivo vosso para Portugal e Espanha? 
Portugal e Espanha, sim. Se bem que, de Espanha, não houve voo o ano passado para Samaná, exceto por Santo
Domingo. E o voo de Lisboa vai mesmo para Samaná. Por isso é que digo que é exclusivo. Portanto, no geral, correu bem. As costas espanholas estão muito, muito bem. As ilhas espanholas continuam a ser um clássico, e as Caraíbas no geral,  Punta Cana, Cancún. No geral, foi um ano bom. Para o próximo ano, 2025, a ideia é manter mais ou menos o mesmo. Temos uma operação nova para a Costa Dourada, a zona que está próxima de Barcelona.

Para que público? 
Famílias.

E essa é uma operação nova de 2025?
É uma operação nova de 2025. Temos também a operação para a Eslovénia, umas saídas pontuais do Porto e do Lisboa para a Eslovénia.

A começar quando?
Temos uma operação no Porto a sair na altura da Páscoa, e depois temos duas saídas no verão do Porto, e no mês de setembro, uma partida a sair de Lisboa, uma partida.

Castelo da Eslovénia
Castelo da Eslovénia Eslovénia créditos: Pixabay

Como é que está a correr a procura para a Eslovénia?
Não tem histórico, porque é uma operação nova. Está a correr bastante bem mas ainda estamos longe de ter aviões cheios.

Porquê a Eslovénia?
Porque, no nosso caso, nós já operámos a Eslovénia de Espanha. É mais fácil, depois de experimentar em Espanha, se funcionou bem, aplicar em Portugal, ou se experimentarmos em Portugal, aplicar em Espanha. Com as devidas diferenças, porque há destinos que não se encaixam nos dois países. Como tínhamos a experiência, tínhamos a máquina toda montada para esse destino, fruto da operação de Espanha, é mais fácil aplicá-la em Portugal. É um destino alternativo. Ou seja, nós vendemos para famílias, mas nos últimos anos temos diversificado muito o que é o nosso portefólio.

"Tentamos criar mais combinados, mais circuitos, criar outro tipo de férias, para não ser aquela chapa 5, não ser só aquela semana num hotel, uma semana de praia"

A Eslovénia é para quem? Um público mais jovem, casais?
Não é um destino que, por norma, associamos à praia. É um destino mais de circuito do que outra coisa. É mais uma viagem cultural do que outra coisa.

Quais são os valores que um casal, por exemplo, pode esperar gastar se comprar convosco uma viagem para a Eslovénia?
Arrancamos com preços desde 800 euros. No caso da semana da Páscoa, quatro noites. E nos outros pacotes sete. É um pacote, depois têm a opção de fazer experiências, excursões... a ideia é conhecer a zona. Não tem nada a ver com sair de manhã, depois do pequeno almoço, ir para a praia, dar uns mergulhos, voltar ao final do dia. É um conceito
diferente.

Aliás, isso é o que nós temos feito nos últimos anos. Tentamos criar mais combinados, mais circuitos, criar outro tipo de férias, para não ser aquela chapa 5, não ser só aquela semana num hotel, uma semana de praia. Há clientes que não é isso que querem. Há clientes que querem outro tipo de produto. Estamos a adaptar-nos. O mundo vai evoluindo e nós temos que acompanhar. Ter outro tipo de produto, destinos, para acompanharmos a tendência.

Em relação à procura para as férias de verão deste ano, o que é que estão a notar de tendência?
Nós começámos a vender a temporada 2025 a partir de setembro ou julho de 2004. Tivemos já duas campanhas. Estamos a antecipar muito, isso permite que os clientes, quanto mais cedo reservam, acabam por ter mais opção de escolha. Acabam por, em condições normais, ter melhores tarifas, essa é a vantagem do cliente escolher antes, principalmente porque tem mais opção de escolha. Até podem encontrar preços semelhantes nas ofertas de última hora. Mas há uma coisa que é certa: se este hotel começar a encher, daqui por umas semanas, mesmo que eu queira pagar muito, não tenho porque o hotel está cheio. A opção acaba por ser a grande vantagem de quem reserva com antecedência.

E os destinos que estão a ser mais procurados?
Samaná está a correr muito bem, a Costa Dourada está a correr muito bem, a Costa de Almería, que já tínhamos em anos anteriores, está a correr muitíssimo bem. As ilhas espanholas, mais do mesmo, desde o início que vendemos
ilhas espanholas e continuam a ser um destino muito procurado. A Tunísia também. Já nos começam a associar muito com esse produto. Estamos a crescer muito também no que é vertente de só hotel. Portanto, não vender um pacote e vender só a parte de hotelaria, estamos a crescer bastante também no pacote de voo mais hotel. O ano, como se costuma dizer, tem boa pinta, dá ideia de ser um bom ano.

Tirana, capital da Albânia
Tirana, capital da Albânia Tirana, capital da Albânia

Quais são os destinos, do que observa do mercado, que acha que vão ficar na berra?
Nós começámos a operar, por exemplo, a Albânia, há dois anos. Eu acho que a Albânia tem um potencial de crescimento tremendo. Será, sem sombra de dúvida, um destino a considerar. A Ásia continua sempre a ter muito potencial. Estamos também a criar um produto no que diz respeito aos Estados Unidos, temos também de ver que influência vão ter as questões políticas. No geral, viajar tornou-se uma necessidade. Para nós ainda bem, mas a verdade é que qualquer pessoa tem necessidade de viajar. Portanto, eu acho  que todos os destinos, uns porque são novos destinos, outros porque vamos revisitar, até porque a geração vai mudando, e portanto, se calhar, os nossos pais conheceram um determinado destino e agora somos nós que vamos conhecer esses destinos já de outra forma, os nossos filhos de outra. Tudo acaba por ter o seu potencial. Basta olhar nas ilhas espanholas. Quem diria que, quase 30 anos depois de começarmos a vender ilhas espanholas em Portugal, iriam continuar a vender-se bem. E a perspectiva é para continuar.