
Aos 34 anos, Helder Correia inicia um desafio de peso. Suceder a Martim Cabral, veterano da SIC, na condução do “Boa Cama Boa Mesa”, rubrica marca de hotelaria e restauração do grupo Impresa. A estreia do jornalista acontece já este sábado, 22 de março, no “Jornal da Noite”.
Em 2022, estava o mundo a sair lentamente da pandemia, o jornalista natural de São João da Madeira surge como rosto da rubrica “Portugal na Esplanada”, que dava a conhecer hotéis, restaurantes e bares com espaços ao ar livre. O sucesso da rubrica foi tal que tem regressado no verão à antena da SIC, tal como “Meia Noite”, emitido em dezembro, que dá a conhecer os melhores locais de Portugal para passar o Ano Novo.
Em entrevista à TRAVEL MAGG, o jornalista explica como está a encarar o desafio de suceder ao veterano da estação de Paço de Arcos e deixa ainda 17 sugestões de alojamentos e restaurantes, de norte a sul do País, passando pelas ilhas, que fazem parte da sua lista de favoritos.
Leia a entrevista
Como surge a oportunidade de suceder a um peso pesado deste tipo de jornalismo, o Martim Cabral?
É muito engraçado, porque eu fui para a SIC em 2013, a minha entrevista foi ainda em 2012, no contexto do meu mestrado, e era uma parceria que não existia entre a SIC e a Escola Superior de Comunicação Social. Por, desde miúdo, ter sonhado trabalhar na SIC, era uma coisa que eu dizia desde pequenino, os amigos dos meus pais até brincavam "não, tu vais acabar a trabalhar no Canal Panda, não é na SIC". Quando fui para o mestrado, sabia que não havia essa parceria, mas quase por pirraça, disse "então se não há parceria, vamos tentar que ela exista".
Fui eu que tentei que essa parceria entre a Escola Superior de Comunicação Social e a SIC começasse a existir, e começou. E quem é que me fez a primeira entrevista que tive na SIC? O Martim Cabral, de quem eu gostei muito e eu acho que foi um privilégio. Eu já era um fã do trabalho dele, porque não é uma pessoa que só fala de restaurantes e refogados, como eu costumo às vezes brincar sobre o meu trabalho. Acho que é interessante que um jornalista que fala de refogados e restaurantes também saiba falar um bocadinho de política e economia, e o meu percurso também passa por aí.
Eu sucedo ao Martim Cabral por uma questão de gestão da própria equipa, ou seja, também é um caminho natural, depois de ter feito estas rubricas, ficar com uma marca como o "Boa Cama Boa Mesa". Eu tenho 34 anos, acho que também é altura de renovar um bocadinho as caras, é normal, é o mercado da televisão.
O formato vai manter-se com a mesma estrutura?
Para já, fica como está. Tentei não fazer grandes alterações. Ao contrário das outras rubricas que eu faço e que são minhas, eu tentei excluir-me um bocadinho. Não vai ser tanto, como eu costumo dizer, "Heldinho em Sítios". Eu serei mais como o Martim era, se calhar até menos um bocadinho, a pessoa que guia a visita, mas eu não apareço assim tanto. Ou seja, as pessoas vão ver-me na mesma, mas mais pontualmente. O "Boa Cama Boa Mesa" é uma marca importante para o "Expresso", para a "Impresa" e nós também temos que respeitar os formatos. E para já, ele existe assim, funciona bem, as pessoas reconhecem a marca desta forma e eu também não quero chegar e destruir o que já existe.
O que é que as pessoas vão poder ver no regresso da rubrica?
Resolvemos começar devagarinho. Primeiro, novidades e história em Lisboa. Nestas visitas que fazemos pelo País tentamos que, ao contrário das outras rubricas, continue a existir alguma coisa do "Boa Cama Boa Mesa" do "Expresso". Ou seja, há sempre coisas que as pessoas veem no guia que continuarão a ver na SIC, para não haver agora, de repente, um afastamento total.
Lisboa e Porto são sempre cidades muito ingratas para se fazer este tipo de programas. Não só porque estão sempre coisas a acontecer, mas porque estas coisas tão rapidamente abrem, como fecham, como mudam. E porque são coisas muito para fora e muito pouco para dentro. E estes programas são muito para dentro. Eu gosto muito que as pessoas reconheçam que nós fazemos programas de lifestyle para que elas próprias consigam consumir. E portanto, o primeiro programa é Lisboa Centro Histórico, que podia não ter nada para dizer, mas tem novidades, tem história.