Colmar é daqueles lugares que parecem ter sido inventados para uma escapadinha de outono. A cidade alsaciana, no leste de França, enche-se de tons dourados com as vinhas da região e guarda ruas de paralelepípedos, casas coloridas de madeira e canais que brilham com a luz suave da estação. O cenário é tão encantador que não é difícil perceber porque Colmar é conhecida como a Pequena Veneza.

Passear pelo centro histórico é como entrar num postal. A Maison des Têtes, com mais de uma centena de máscaras esculpidas, e a Maison Pfister, datada de 1537, são ícones da cidade. Além de contemplar as fachadas, pode pernoitar na Maison des Têtes. O edifício histórico é um hotel que pertence à associação Relais et Châteaux e os preços por noite, de acordo com o site, começam nos 610€.

A imponente Igreja de Saint-Martin, de estilo gótico, domina a praça, enquanto os museus guardam tesouros culturais: o Unterlinden exibe o famoso Retábulo de Issenheim e o Bartholdi celebra o escultor da Estátua da Liberdade, que nasceu aqui. Colmar carrega séculos de história, foi fundada no século IX e chegou a ser a última cidade francesa libertada da ocupação alemã na II Guerra Mundial.

Uma Veneza mais perto de Portugal (e com menos gente)

O bairro da Petite Venise, Pequena Veneza, em português, é o cartão de visita de Colmar e é o spot mais instagramável da cidade. Entre canais estreitos, fachadas floridas e pontes de pedra, o passeio ganha outra dimensão quando feito num pequeno barco pelo rio Lauch. Ao nível da água, as casas de enxaimel – construções típicas em madeira, cujas vigas ficam visíveis na fachada, contrastando com as paredes coloridas – refletem-se no canal e o ambiente ganha um charme quase cinematográfico.

À mesa, Colmar serve alguns dos pratos mais reconfortantes da Alsácia. É o caso do baeckeoffe, uma terrina de carnes e batata cozinhada lentamente, do choucroute, do spätzle ou da inevitável flammekueche, uma espécie de tarte fina com queijo, bacon e cebola que chega à mesa sempre estaladiça. Nos meses frios, o vinho quente com especiarias acompanha os famosos bredele, biscoitos típicos de Natal. Para brindar, nada melhor do que os vinhos brancos da região, como o Riesling e o Gewürztraminer.

Chegar a Colmar a partir de Portugal é simples. A easyJet voa diretamente de Lisboa e do Porto para Basileia, num percurso que demora pouco menos de três horas. De lá, são apenas 63 quilómetros até Colmar, que se fazem em cerca de 40 minutos de carro ou em menos de uma hora de comboio.

No inverno, a cidade fica ainda mais mágica. As ruas iluminam-se, os cheiros de castanhas assadas e vinho quente enchem o ar e os mercados de Natal transformam Colmar num dos destinos mais procurados da Europa para viver o espírito da quadra. As bancas espalham-se por praças medievais, onde o artesanato, as decorações natalícias e as iguarias tradicionais criam uma atmosfera única.

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Fotos: Instagram Colmar Turisme e Unsplash