Há dois tipos de pessoas durante um voo: as que esperam calmamente pela sua vez para se levantar, pegar nos tarecos e sair, e as que, mal as rodas tocam na pista, saltam do lugar como molas e apressam-se para o corredor, espetando mochilas e malas na cara de quem ainda está sentado. Para estes últimos, a Turquia deixou de ter paciência. O país acaba de aprovar uma nova regulamentação que prevê multas de cerca de 62€ para quem se levantar ou desapertar o cinto de segurança antes de receber autorização da tripulação.

Esta medida, aplicada em todos os aeroportos turcos, visa melhorar a segurança a bordo e manter a ordem durante o desembarque. As companhias aéreas são agora legalmente obrigadas a informar os passageiros sobre esta regra e as possíveis penalizações, relata o "The Sun".

Quais são as regras atuais?

Na União Europeia

A Agência Europeia para a Segurança da Aviação (EASA) estabelece que os passageiros devem manter o cinto de segurança apertado durante o taxi (fase do voo em que o avião se desloca no solo, pelas pistas e caminhos de circulação, entre o terminal e a pista de descolagem ou aterragem), descolagem, aterragem e sempre que o sinal de cinto de segurança estiver aceso. Além disso, recomenda-se que os passageiros o mantenham apertado enquanto estiverem sentados, mesmo que o sinal esteja desligado.

Em Portugal

A Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC) segue estas diretrizes europeias. As companhias aéreas são obrigadas a instruir os passageiros sobre o uso obrigatório do cinto nas fases críticas do voo. A recomendação oficial é clara: sempre que estiver sentado, o cinto deve estar apertado — mesmo que o sinal luminoso já tenha sido desligado, por segurança em caso de turbulência inesperada.

No Reino Unido e França

A Autoridade de Aviação Civil (CAA) e, em França, a Direção Geral da Aviação Civil (DGAC), seguem orientações idênticas às da EASA. Ambas reforçam que o não cumprimento das instruções de segurança dadas pela tripulação pode levar a sanções, embora raramente sejam aplicadas multas formais só por desapertar o cinto — o foco está na prevenção e na cooperação com os tripulantes.

Nos Estados Unidos

A Administração Federal de Aviação (FAA) exige que os passageiros mantenham o cinto de segurança apertado durante o taxi, descolagem, aterragem e sempre que o sinal estiver aceso. A FAA pode aplicar coimas elevadas (até 37 mil euros) em casos de comportamento indisciplinado a bordo, embora situações apenas relacionadas com o cinto sejam geralmente tratadas com advertência — salvo se envolverem desobediência direta às ordens da tripulação.

Especialistas em segurança aérea alertam que manter o cinto apertado durante todo o voo é uma medida simples que pode prevenir lesões graves. Com o aumento da frequência de turbulências inesperadas, regras como a da Turquia podem tornar-se mais comuns — ou pelo menos servir como alerta de que o respeito pelas instruções a bordo continua a ser crucial para a segurança de todos.