O Vaticano é o país mais pequeno do mundo, tanto em área como em população. Com apenas cerca de 0,49 quilómetros quadrados, esta cidade-estado independente está situada no coração de Roma, em Itália. É também o único país totalmente inscrito na lista do Património Mundial da UNESCO. A sua população ronda as 800 pessoas, sendo que grande parte são membros do clero, guardas suíços e funcionários da Igreja. Governado pelo Papa, o Vaticano é o centro espiritual da Igreja Católica e abriga tesouros culturais e religiosos inestimáveis, como a Basílica de São Pedro e a Capela Sistina.

O conclave começa esta quarta-feira, 7 de maio, e os olhos do mundo voltam-se para o Vaticano. No final desta semana, espera-se, conhecer-se-á o sucessor do papa Francisco. O Vaticano é um dos lugares mais simbólicos e misteriosos do planeta — não só por ser o centro da Igreja Católica, mas também por guardar, em apenas 44 hectares, uma densidade impressionante de arte, história e poder.

Visitar o Vaticano é muito mais do que uma viagem religiosa. É mergulhar em séculos de cultura, num espaço onde cada pedra tem uma história para contar. Sugerimos cinco experiências obrigatórias para quem passa por este minúsculo país dentro de Roma — incluindo algumas que passam despercebidas à maioria dos turistas.

A partir do centro de Roma, pode chegar ao Vaticano facilmente de metro, apanhando a linha A (laranja) até à estação Ottaviano. Também pode ir a pé se estiver nas imediações do Castel Sant'Angelo — são cerca de 15 minutos de caminhada.

1. Conhecer os museus do Vaticano

Mais do que uma simples atração, os Museus do Vaticano são uma das maiores coleções de arte do mundo. Fundados no século XVI, reúnem obras de civilizações que vão do Antigo Egito à Renascença, com salas, galerias e corredores que se estendem por mais de sete quilómetros. Há tanto para ver que o ideal é planear com alguma antecedência. A Galeria dos Mapas, as Salas de Rafael e a escultura de Laocoonte são apenas alguns dos destaques. E mesmo com a multidão constante, há recantos surpreendentemente calmos onde é possível contemplar o passado com alguma tranquilidade.

O preço total do bilhete é de 25€ (já inclui taxas de serviço) e inclui acesso ao Museu Pio-Clementino, à Galeria dos Candelabros, à Galeria dos Mapas, à Galeria das Tapeçarias (arte renascentista), às Salas de Rafael e à Capela Sistina.

Dica prática: compre o bilhete online e opte pela entrada matinal, para evitar as maiores enchentes. Existem muitos sites de compra de bilhetes e visitas guiadas para o Vaticano mas o oficial é este aqui. 

2. Maravilhar-se com a Capela Sistina

É o ponto alto de qualquer visita ao Vaticano — e com razão. A Capela Sistina, integrada no percurso dos museus, foi pintada por Miguel Ângelo entre 1508 e 1512 (teto) e depois novamente entre 1536 e 1541 (o “Juízo Final”, na parede do altar). É aqui que os cardeais se reúnem esta quarta-feira para eleger o novo Papa — e é aqui que milhares de pessoas entram diariamente para admirar um dos maiores feitos da arte ocidental.

Apesar da constante vigilância e do ambiente carregado, não há como não se emocionar. A profundidade dos olhares, a força muscular das figuras e a complexidade simbólica das cenas tornam esta experiência inesquecível.

3. Subir à cúpula da Basílica de São Pedro

Cúpula da Basílica de São Pedro
Cúpula da Basílica de São Pedro Cúpula da Basílica de São Pedro

A Basílica de São Pedro é imponente por fora, mas absolutamente esmagadora por dentro. O seu interior tem capacidade para mais de 60 mil pessoas, e tudo nela — desde a Pietà de Miguel Ângelo ao baldaquino barroco de Bernini — foi feito para impressionar.

Mas há uma experiência que poucos fazem e que vale (literalmente) cada degrau: subir até ao topo da cúpula. São mais de 300 degraus (ou um misto de elevador e escada) que levam até ao miradouro com a melhor vista sobre Roma e o Vaticano.

Lá de cima, percebe-se a dimensão da Praça de São Pedro, veem-se os jardins secretos do Vaticano e, em dias limpos, até as colinas romanas. Uma verdadeira recompensa para quem não tem medo das alturas.

Um bilhete para visita à cúpula, com subida de elevador, custa a partir de 22€. Se optar pelas escadas, é ligeiramente mais barato (a partir de 17€). O bilhete para visitar apenas a basílica custa a partir de 7€. O site oficial para compra de bilhetes é este.

4. Enviar um postal com selo do Vaticano

Pode parecer banal, mas há qualquer coisa de poético em enviar um postal de um país com menos de mil habitantes — e que tem o seu próprio sistema de correio, com selo, carimbo e caixas de correio amarelas.

A Poste Vaticane funciona mesmo melhor do que o correio italiano, e os postais e selos vendidos ali são muitas vezes procurados por colecionadores. A estação principal fica no átrio da basílica e há outra nos Museus do Vaticano. É um gesto simples, barato e cheio de simbolismo: enviar uma mensagem do centro da cristandade para o mundo.

5. Visitar a necrópole e o túmulo de São Pedro

túmulo de São Pedro
túmulo de São Pedro Necrópole

Muito poucos turistas sabem disto — e talvez por isso seja uma das experiências mais marcantes. Debaixo da Basílica de São Pedro existe uma antiga necrópole romana, onde foi descoberto o que muitos acreditam ser o túmulo original do apóstolo Pedro. A visita, conhecida como “Scavi Tour”, só pode ser feita com marcação prévia e é altamente controlada. Os grupos são pequenos, os guias especializados e o ambiente, subterrâneo, é de arrepiar.

Descer até ali é entrar num outro Vaticano, arqueológico e silencioso, onde a fé se mistura com a história e onde se percebe melhor a fundação simbólica deste Estado único. Os bilhetes custam 13€ e têm de ser reservados com antecedência. O site oficial é este.

Bónus: assistir a uma audiência papal

Às quartas-feiras, quando o Papa está em Roma, realiza-se uma audiência pública na Praça de São Pedro. O ambiente é de festa, com fiéis de todo o mundo, cânticos e aplausos — mas também há espaço para reflexão e emoção.

No site oficial da Prefeitura da Casa Pontifícia, é explicado que os peregrinos que ou não tenham feito reserva ou queiram menos de 10 bilhetes, podem tentar levantá-los no dia anterior à audiência, na basílica de São Pedro.

Mas o mais seguro é mesmo reservar online, com pelo menos "um mês a uma semana de antecedência". O procedimento é simples. Depois de preencher o formulário disponível online, o pedido deve ser enviado para a Prefeitura da Casa Pontifícia com os seguintes dados:

  • Data da Audiência Geral ou Celebração Litúrgica
  • Número de bilhetes requeridos
  • Nome / Grupo
  • E-mail
  • Endereço de correio
  • Telefone ou fax

Os requerentes são, depois, avisados da confirmação do pedido e devem levantar os respetivos bilhetes no dia anterior à cerimónia ou no próprio dia, a partir das 07h30.