Fazer scroll até encontrar o ângulo perfeito para uma selfie é parte do ritual de qualquer viagem. Mas há destinos onde clicar pode custar — literalmente.

No Dubai, por exemplo, fotografar pessoas sem o seu consentimento pode dar direito a multas que chegam aos 130.000€. A lei local de privacidade é clara: não interessa se está num hotel, na rua ou num souk tradicional — captar a imagem de alguém sem autorização é crime, punido com multa entre 150.000 e 500.000 dirhams e até prisão. Além disso, há zonas onde é proibido fotografar de todo: edifícios governamentais, instalações militares e alguns palácios estão fora do radar do Instagram.

Em Espanha, a polémica “ley mordaza” continua em vigor e tem uma cláusula que pode surpreender qualquer turista: a proibição de publicar imagens de polícias sem autorização. Se for considerada uma ameaça à segurança dos agentes, a coima pode chegar aos 30.000€. A regra aplica-se, por exemplo, a protestos ou a fotografias tiradas em aeroportos — e não basta tirar a fotografia, basta partilhá-la online com o rosto de um agente visível. Sim, até um story pode ser problema.

Noutros países, as restrições são mais culturais do que legais, mas ainda assim devem ser levadas a sério. No Japão, o bairro de Gion, em Quioto, colocou sinais a proibir fotografias em várias ruas privadas — medida que surgiu após anos de assédio a gueixas por parte de turistas. A multa ronda os €70 e aplica-se mesmo que a imagem seja “inocente”.

Em Portofino, Itália, há zonas sinalizadas como “no waiting” onde parar — seja para tirar uma selfie ou atar os sapatos — pode render uma multa de €275. A intenção é controlar o fluxo turístico e evitar aglomerações.

Na Coreia do Sul, vigora o chamado “direito ao rosto”: tirar fotografias de alguém sem consentimento, mesmo num espaço público, pode ser considerado invasão de privacidade e dar origem a processo judicial — e até pena de prisão. Também há leis específicas que regulam o uso de paus de selfie, que precisam de estar certificados.

Tirar selfies não é crime — mas ignorar as leis e os costumes locais pode ser. Do respeito pela privacidade à proteção de edifícios sensíveis, há várias razões para pensar duas vezes antes de sacar do telemóvel. Porque uma boa foto pode render likes — mas também uma multa que estraga as férias.