
O título, como o caro leitor já percebeu, é clickbait. Não passámos o apagão de 28 de abril no The Residences Vilamoura porque o apartotel não tinha gerador. Com tudo (mesmo tudo, desde o autoclismo à placa de indução) a depender da energia eléctrica, socorremo-nos de amigos que estavam a pouca distância para poder passar o dia com mais conforto e refeições quentes.
A nossa estadia neste apartotel gerido pela Amazing Evolution não ficou condicionada por este fator, mas há alguns reparos a fazer. Nós ainda somos do tempo em que o Anantara Vilamoura, hotel de cinco estrelas vizinho do The Residences Vilamoura, se chamava Tivoli Victoria. O que é que isto tem a ver? É que o The Residences Vilamoura, antes do colapso do Grupo Espírito Santo, que arrastou consigo a Hotéis Tivoli, se chamava The Residences at Victoria Algarve. Ou seja, fazia tudo parte do mesmo complexo hoteleiro.
Acelerando a conversa para 2025: o Anantara Vilamoura (que, desde 30 de abril, passou a ser gerido pela Accor e agora se chama Victoria Golf Resort & Spa) tinha gerador, o The Residences Vilamoura não. Nem sequer um rádio a pilhas, e fizemos questão de perguntar. Parece confuso — e é — mas é assim que funciona o fascinante mundo da hotelaria.
De volta ao The Residences Vilamoura.
Descontando o apagão, não podíamos pedir mais. Apesar de o condomínio já ter alguns anitos e isso se notar nas zonas comuns (parque infantil, piscinas interior e exterior), os apartamentos foram totalmente remodelados e têm uma decoração moderna, além de serem espaçosos e muito confortáveis. “Espaço” é mesmo a palavra-chave nestes 145 apartamentos com tipologias T1, T2 e T3. Para um casal, pode parecer até espaço a mais, mas os dois quartos, além do sofá-cama da unidade de tipologia Apartamento Superior com 2 Quartos onde ficámos, davam perfeitamente para uma família de cinco pessoas passar uma semana sem se atropelar.
A cozinha, não sendo totalmente em open space, está ligada à sala e é equipada com tudo o que se precisa para umas férias sem depender de restaurantes. Apreciámos alguns detalhes que podem parecer picuinhices mas que são valiosos para quem gosta de estar como se estivesse em casa, como o esmagador de alho, máquina de lavar loiça, máquina de lavar roupa e um estendal jeitoso na varanda. Outro pormenor que adorámos: todos os apartamentos têm duas casas de banho, uma delas com banheira.
pesar de a praia estar ali a poucos minutos de distância (a bicicleta é uma boa opção, não fosse Vilamoura um dos poucos lugares em Portugal verdadeiramente bike friendly), é tentador ficar dentro dos portões do The Residences Vilamoura. Há piscina, há espreguiçadeiras para toda a gente, há piscina interior aquecida, há espaço de sobra para os miúdos correrem e, para os que não passam sem um treino gostoso, há um ginásio enorme, totalmente equipado.
A nossa maior crítica vai para o pequeno-almoço, servido num café ao ar livre no meio do condomínio, e sem qualquer alternativa de espaço fechado. Às 8 da manhã, hora de início do serviço, ainda estava fechado. Como estava frio, optámos por pedir que nos entregassem o pequeno-almoço no apartamento. Não havia menu disponível e tivemos de ir adivinhando o que havia.
Apesar da rapidez, simpatia e profissionalismo irrepreensíveis dos funcionários, chega a ser bizarro como é que um empreendimento que diz que "conjuga o luxo de um hotel com a privacidade de uma residência" serve o pequeno-almoço em embalagens descartáveis, entregues em sacos de papel.

Nem sequer nos estamos a queixar do quão tosco é, mas sim do desperdício e do impacto ambiental. Porém, os ovos mexidos eram muito bons.
O preço por noite (sem pequeno-almoço) num apartamento com dois quartos começa nos 235€, de acordo com simulação no site para 17 e 18 de maio. O valor sobe para os 287€ com pequeno-almoço incluído. O valor para um T3 (sem pequeno-almoço) começa nos 278€ para as datas indicadas.