
Escondido no meio da elegância imperial de Budapeste, há um café que, com todo o mérito, ofusca Paris e Nova Iorque. Quem o conhece sabe: o New York Café é uma cápsula do tempo onde ainda se respira o luxo e o brilho da Belle Époque. Com mais de um século de história, continua a deslumbrar os visitantes com os seus estuques dourados, frescos no teto e lustres imponentes.
Inaugurado em 1894, o espaço não nasceu com o propósito de servir cafés. O edifício pertenceu, originalmente, à companhia de seguros New York Life Insurance Company. O nome ficou — e o ambiente atual, marcado pelo estilo renascentista italiano, dá-lhe um ar cinematográfico, como se fosse um salão de bailes luxuosos de uma corte europeia.
O café está localizado no bairro de Erzsébetváros. Ao longo de mais de 130 anos, passou por períodos de esplendor — foi o favorito de artistas e escritores húngaros após a I Guerra Mundial, como Ferenc Molnár e Dezső Kosztolányi, segundo a revista "Viajar" —, mas também atravessou fases sombrias, sobretudo durante a era soviética, altura em que chegou a encerrar.
Dos mármores polidos aos espelhos trabalhados, passando pelas colunas douradas, o New York Café parece saído de um conto de fadas — ainda por cima sabendo que ocupa o rés-do-chão do Anantara New York Palace Hotel. A carta combina tradição húngara, clássicos europeus e indulgências pensadas para impressionar. E sim, os preços estão à altura da sofisticação.
Entre os destaques está o “130th Anniversary Cake”, uma criação de mousse de chocolate de leite e caramelo com alperce, servida com um espresso coberto por chantilly e água com gás caseira, polvilhado com ouro de 24 quilates (25,50€). Para quem procura um almoço completo ao estilo húngaro, há um menu com sopa de goulash de vaca, panqueca recheada com queijo cottage, creme de baunilha e coulis de morango, acompanhado de limonada de maçã verde, por 32,50€.
A secção de pequenos-almoços é particularmente rica, com opções como o New York Egg Benedict (16,50€), que pode ser servido com salmão fumado, e o pequeno-almoço italiano para dois, que inclui café, chá ou chocolate quente, sumo de laranja natural, pães e croissants, fruta, enchidos, compotas e manteiga artesanal – tudo por 56€.
Quem quiser apostar num prato principal com mais sustento pode escolher entre o bife rib-eye com puré e molho de chalotas (40€), o peito de pato com cerejas e gnocchi húngaro (28,50€), ou ainda uma versão vegetariana como o caril de lentilhas com vegetais, batata-doce assada e arroz (25€). Todos os pratos principais são servidos entre o meio-dia e as 23 horas, de quinta-feira a domingo.
Para adoçar a visita, o café apresenta uma montra de sobremesas que faz crescer água na boca. Há torta de chocolate com Valrhona — marca francesa de chocolate premium — (13,50€), cheesecake com compota de alperce (12,50€), tiramisù e tarte vegan de chocolate com morangos, segundo a carta disponível no site oficial.
E claro, a secção de cafés é uma atração por si só. Há cappuccinos com pó de ouro de 24 quilates (13€), cortados dourados, espressos com chantilly e até cafés frios com gelado de baunilha e natas. Para os mais ousados, a carta inclui cocktails de autor como o New York Cocktail ou o Hungarian Old Fashioned com whisky artesanal, ambos a 16€.