Sim, usámos um verso de uma canção de Diogo Piçarra no título desta reportagem. E porquê? Porque faz todo o sentido para descrever o Viceroy at Ombria Algarve. No Barrocal algarvio, este hotel de cinco estrelas avista-se da estrada, rodeado de montes, como que uma aldeia encantada: um conjunto de casinhas brancas, lá no alto, rodeadas de verdura, como que suspensas no céu.

Aberto desde outubro de 2024, este resort é propriedade do grupo finlandês Pontus e tem a chancela Viceroy Hotels (com unidades nos Estados Unidos, Caraíbas, América Latina). É o segundo da marca a abrir no continente europeu, depois da inauguração, em 2021, do Viceroy Kopaonik, na Sérvia. E, em maio deste ano, o Viceroy at Ombria Algarve acrescentou à sua oferta uma novidade de peso, o Spa by Viceroy at Ombria Algarve.

Com uma combinação de terapias holísticas, ingredientes naturais e rituais desenhados para promover bem-estar físico, emocional e mental, O spa foi concebido em colaboração com Greg Payne, especialista em wellness com mais de 20 anos de experiência. O espaço conta com oito salas de tratamento, piscina termal de sal, serviços de beleza (incluindo cabeleireiro e barbeiro), e um centro de fitness com 144 metros quadrados.

Considerado pela "Condé Nast Traveler" um dos melhores hotéis em Portugal, o Viceroy at Ombria Algarve atrai não só os amantes do golfe (tem um dos campos mais bonitos do País) mas também os que procuram apenas descanso, cocktails à beira da piscina e boa comida.

Os 24 edifícios que compõem este hotel formam uma aldeia que cria um sentimento comunal: na praça central há esplanada, café e restaurante e, entre caminhos repletos de vegetação autóctone ficam os vários blocos de alojamento, onde estão os quartos, suítes e residências (estas últimas perfeitas para famílias, uma vez que têm kitchenette e, em algumas unidades, piscina privada).

Não dizemos isto de ânimo leve mas o Viceroy at Ombria Algarve está noutro patamar. Não é apenas por caminharmos entre jardins encantados, adornados por fontes onde a água corre, não é por aqui se sentir o aroma de um outro Algarve, um Algarve selvagem, longe da confusão da costa, não é pelo branco das casas invocar mourarias de outrora. É por tudo isto e por, desde a receção, adornada com azulejaria portuguesa e querubins, até à despedida, ser excecional no que um hotel tem de fazer melhor: proporcionar descanso.

Descansar

Ficámos alojados na tipologia mais básica, o quarto deluxe king. Sendo que o nosso quarto não tinha nada de básico. Varanda com um sofá convidativo para ver o por do sol, banheira de imersão com janela para o quarto, duche com efeito chuva e do tamanho de um apartamento, televisão gigante (sim, adoramos ver televisão em hotéis, de preferência numa cama fofa e com o ar condicionado no máximo… processem-nos), a sensação luxuosa dos tons mármore da casa de banho e uma decoração acolhedora. E a atenção nos detalhes está lá, ao ponto de o caixote do lixo ser em loiça azul e branca da marca Costa Nova. Em relação às amenities e outros mimos, destacamos os chinelos de quarto, os mais fofos que já calçámos. Em outubro, os preços começam nos 392€ por noite.

Desfrutar

Nos quartos, temos os adereços perfeitos para desfrutar das piscinas exteriores incríveis com vistas para vários pontos do hotel: cestinha e chapéus de palha. Nas duas piscinas principais, que estão apoiadas pelo Salpico Pool Bar, é onde se concentra a maioria dos hóspedes, bronzeando-se em cima das icónicas toalhas listadas a laranja e branco. Mas as outras piscinas, mais isoladas, são perfeitas para quem prefere mais recato. Mergulhámos na que fica no edifício do ginásio e club house e também na piscina exterior do The Spa.

Piscina Viceroy at Ombria Algarve
Piscina Viceroy at Ombria Algarve Piscina Viceroy at Ombria Algarve

A grande novidade do Viceroy at Ombria Algarve é este espaço dedicado ao equilíbrio do corpo e da mente. Usufruímos de uma massagem holística soberba (140€) antes de relaxarmos por completo na área termal, composta por dois hammam, balde de gelo, sauna, duche escocês, duche tropical e piscina interior que tem uma passagem para o exterior (perfeita para o tempo frio). Um pormenor que nunca tínhamos encontrado e que nos chamou a atenção pela positiva. Cuecas descartáveis em tecido. Um pequeno detalhe mas que faz a diferença quando classificamos este hotel num patamar à parte.

Desde retiros, como o que vai acontecer a 22 de outubro, até workshops para aprender a fazer pão ou chocolate, até noites com cinema ao ar livre, o hotel oferece várias experiências que ocuparão a família toda, até os mais esquisitos. Além do golfe e do ginásio, há também várias atividades desportivas para os mais ativos, desde passeios de bicicleta até caminhadas. Confessamos que nos baldámos à caminhada proposta mas só porque as temperaturas estavam insuportáveis e convidavam a estar á beira da piscina, entre mergulhos e um bom livro.

Nutrir

O Ombria Kitchen é o centro nevrálgico do hotel. É ali onde se toma o pequeno-almoço e onde também se pode jantar. A primeira refeição do dia teve o único ponto negativo da nossa estadia. Os ovos mexidos, que têm de ser o cartão de visita de um bom pequeno-almoço de hotel, eram demasiado secos e tinham um aspecto industrial. Se havia opções à carta, ninguém nos falou sobre elas, embora tenhamos visto umas omeletes a serem servidas.

Mas este detalhe não ensombra o quão completo e delicioso é o pequeno-almoço no Ombria Kitchen, sobretudo se tomado na esplanada, com vista para a piscina. Adorámos os vários tipos de manteigas (em particular a de chouriço), a variedade de compotas, a viennoiserie com aspecto muito fresco e o sumo de laranja mesmo verdadeiro, e não daquele concentrado a fingir que é espremido do fruto que abunda no Algarve. Em vez de salmão fumado, que não é, de todo, um produto sustentável, adorávamos ver sardinha e cavala no buffet. O pudim de chia com romã, além de esteticamente agradável estava ótimo e a fruta também era muito fresca. A cereja no topo do bolo: uma máquina de café Nespresso à disposição dos hóspedes, com copos descartáveis para levar. Não é o cúmulo da ecologia mas é um miminho simpático para quem, como nós, gosta de andar acompanhado de uma dose extra de cafeína.

Ao jantar, queríamos algo leve mas bom. Começámos com uma sopa de legumes (8€), cremosa e saborosa. Seguimos com corvina grelhada com batata a murro e legumes da horta (39€), no ponto e muito leve e fresco. Terminámos a refeição com uma mousse de chocolate cozida da avó, pera rocha, brioche, maçanilha e flor de sal de Castro (12,50€). Decadente e deliciosa. Em Roma, sê romano e, por isso, acompanhámos com um João Clara Rosé.

O Solalua é o espaço de casual fine dining do Viceroy at Ombria Algarve. De portas abertas para a esplanada, com a brisa fresca da noite algarvia, provámos o menu de degustação de 6 momentos "onde cada detalhe espelha a beleza e a generosidade do Algarve através de produtos, sabores, texturas e apresentações artísticas", pode ler-se no site do hotel.

A tartelete do Barrocal (Rabo de boi cozinhado lentamente e bagas silvestres) estava absolutamente incrível, assim como a bola de Berlim de sapateira (recheio caseiro de caranguejo e iogurte desidratado). A gamba vermelha (Curada ao sal de citrinos, molho de amêndoas doces, caviar de lima e ervas frescas) continuou o tom de frescura marítima e o tagliatelle de lula pescada à mão (cebola, citronela, alho preto e ervas para bebidas efervescentes) surpreendeu-nos pela textura. Intenso, o polvo de Santa Luzia com chouriço fumado de Monchique e limão foi o final perfeito da etapa salgada.

À sobremesa, o melhor dos dois mundos: bolo de requeijão com um crocante de toucinho. Uma refeição perfeita, acompanhada por cocktails de assinatura do Solalua e pela simpatia imbatível da Mirela, que nos acompanhou ao longo da refeição.

* a TRAVEL MAGG visitou o Viceroy at Ombria Algarve a convite do hotel

Viceroy at Ombria Algarve
Rua da Ombria, Ombria Algarve, Number 9, 8100-396 Tôr – Loulé

Contactos: 289 413 900; info@ombria.com / voa.reservations@viceroy.com
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