A cobrança de taxa turística em cidades com grande fluxo de visitantes é uma prática cada vez mais comum e, em casos como o de Veneza, uma forma de - em teoria - controlar o fluxo de visitantes. A cidade italiana retoma a partir desta sexta-feira, 18 de abril, a cobrança de uma taxa de acesso no valor de 5€.

Mas a grande novidade de 2025 é a duplicação do valor para para quem compra à última hora.

De acordo com o site oficial do município, a taxa de acesso é cobrada para visitas entre as 8h30 e as 16h, em dias específicos de abril, maio, e junho, que podem ser consultados aqui. A título de curiosidade, de 5 a 8 de maio, não há cobrança de taxa turística.

A partir de julho, todos os dias são abrangidos, sendo que o período experimental de cobrança da taxa termina no dia 27 desse mês. O pagamento da taxa turística abrange todos os que quiserem aceder ao centro histórico da cidade (as zonas circundantes estão excluídas).

E há uma novidade que vai pesar ainda mais na carteira dos turistas: a taxa deve ser paga online, até quatro dias antes da visita, [aqui]. Se o pagamento for feito depois — ou seja, três dias ou menos antes da visita — o valor sobe para o dobro: 10€.

O código QR fornecido após o pagamento da taxa de acesso é, depois, mostrado aos fiscais que se encontram nos principais pontos de acesso da cidade.

As regras relativas a esta taxa turística incluem várias exceções, nomeadamente para quem pernoita na cidade. De acordo com o site do município, "se ficar alojado numa das unidades de alojamento localizadas no Município de Veneza (hotéis, B&Bs, guest houses e apartamentos de aluguer turístico), basta receber ou pedir um código de isenção". No entanto, os alojamentos já cobram uma taxa turística, que varia entre 1€ e 5€, consoante a altura do ano. Mesmo com alojamento marcado e com o pagamento dessa taxa, é obrigatório requerer um código QR que confirma a isenção da taxa de acesso. Onde? No site.

E o que é que acontece se não pagar?

É multado. O município "pode realizar fiscalizações nos principais pontos de acesso da cidade para garantir o pagamento da taxa de entrada". Quem não apresentar o bilhete válido, documento de isenção ou usar bilhetes fora das datas corretas arrisca uma multa entre 25€ e 150€, além de possível participação criminal em caso de declarações ou documentos falsos.

E se todas estas regras já lhe parecem confusas (embora não tenham, de acordo com o "Venezia Today", impedido que 35 mil pessoas já tenham comprado os seus códigos de acesso), prepare-se para ficar ainda mais confuso. De acordo com este jornal local, assim que o portal online foi reaberto, vários locais começam a distribuir "códigos de amigos" online. Ou seja, em teoria, amigos e familiares de residentes na zona histórica de Veneza estão isentos de pagar a taxa. O que acontece é que vários locais, que estão contra a cobrança desta taxa, distribuem em sites e nas redes sociais, estes códigos de acesso gratuito. O município já iniciou uma acção legal contra desconhecidos por alegada fraude, mas tal não tem impedido venezianos de distribuírem códigos nas suas redes sociais.

De acordo com o "The Guardian", a aplicação da taxa de acesso rendeu ao município de Veneza 2,4 milhões de euros em 2024. De