Gondomar é o município português onde o turismo mais cresceu nos últimos cinco anos. Em termos percentuais, estamos a falar de um aumento de 643,7% desde 2019 até 2024, de acordo com dados divulgados pela Pordata.

A base de estatísticas indica que o município do distrito do Porto contabilizou 106.503 dormidas em 2024, o que se traduz em mais 292 turistas em média, por dia, o equivalente a 0,2% da população residente. Gondomar fica, assim, muito acima da média nacional neste setor, que nos últimos cinco anos registou um crescimento de 14,5%.

A Pordata não divulga dados relativos à oferta de hotelaria, alojamento local e turismo no espaço rural e de habitação de Gondomar mas, após uma pesquisa nas principais plataformas de reservas online, é possível perceber que existe apenas um hotel no município. Trata-se do Villarit Porto, que aparece no topo das pesquisas de alojamento em Gondomar. No Booking, é também possível encontrar oferta de turismo rural, turismo de habitação e ainda um motel.

Gondomar é o berço da ourivesaria portuguesa, com destaque para a filigrana: cerca de 60% da produção nacional provém de oficinas familiares que mantêm vivas técnicas centenárias. A Rota da Filigrana permite aos visitantes conhecer estas oficinas, adquirir peças únicas e mergulhar na tradição que define o concelho.

Além da ourivesaria, Gondomar tem um património cultural e arquitetónico variado, incluindo solares como o Solar da Bandeirinha, espaços contemporâneos como o Multiusos de Gondomar projetado por Siza Vieira e museus que contam a história local. Passeios ribeirinhos, ciclovias e passadiços junto ao Douro completam a experiência, aliando natureza, lazer e cultura. A proximidade ao Porto (cerca de 15 minutos desde a estação de Campanhã) facilita visitas rápidas ou escapadinhas de fim de semana.

Crescimento desigual entre norte, sul, capital e ilhas

A nível nacional, o turismo registou um aumento de 14,5% entre 2019 e 2024. Mas a média esconde diferenças significativas: há municípios com crescimentos muito acima deste valor, casos de Sines, Vila Nova de Gaia ou Angra do Heroísmo, e outros em queda, como Albufeira e Vila Real de Santo António. Lisboa, apesar de continuar a liderar em número absoluto de dormidas, ficou abaixo da média nacional. As ilhas também se destacam: o Funchal registou mais de 6,3 milhões de dormidas, enquanto Ponta Delgada superou 1,5 milhões, ambos com crescimentos acima da média nacional.

A percentagem indicada em cada concelho refere-se à média diária de turistas relativamente à população residente. Por exemplo, no Funchal, 16,1% da população corresponde à média de turistas por dia em 2024 — um indicador que ajuda a compreender a intensidade turística em relação à dimensão da cidade ou município.

  • Porto – 6,27 milhões de dormidas em 2024, +36,9% face a 2019 (6,9% da população residente, média diária de turistas).

  • Aveiro – 453 mil dormidas, +21,7%, acima da média nacional (1,4% da população).

  • Vila Nova de Gaia – 1,07 milhões de dormidas, +47,7% (0,9% da população).

  • Viana do Castelo – 356 mil dormidas, +34,7% (1,1% da população).

  • Oeiras – 514 mil dormidas, +43% (0,8% da população).

  • Alcácer do Sal – 87,8 mil dormidas, +35,9%, impulsionado pelo “efeito Comporta” (2,2% da população).

  • Sines – 162,6 mil dormidas, +97,6% (3% da população).

  • Grândola – em forte crescimento.

  • Abrantes – 47 mil dormidas, +43,6% (0,4% da população).

  • Olhão – 264 mil dormidas, +46,6% (1,6% da população).

  • Funchal – 6,32 milhões de dormidas, +25,9% (16,1% da população).

  • Ponta Delgada – 1,52 milhão de dormidas, +25,3% (6,1% da população).

  • Angra do Heroísmo – 358 mil dormidas, +40% (2,9% da população).

  • Lisboa – 15,7 milhões de dormidas, +12,5%, abaixo da média nacional (7,6% da população).

  • Albufeira – 7,7 milhões de dormidas, -9,6% (44,3% da população).

  • Vila Real de Santo António – 1 milhão de dormidas, -15,3% (14,3% da população).