
A celebrar 20 anos de portas abertas em 2025, o Convento do Espinheiro Historic Hotel & Spa iniciou um processo de renovação, cuja primeira novidade é a entrada de Duarte Batista para a liderança do Divinus. A TRAVEL MAGG teve a oportunidade de conhecer em primeira mão a nova carta do espaço de fine dining do hotel de cinco estrelas de Évora, que resulta de uma nova leitura da tradição do local, com ingredientes de excelência e aquela criatividade discreta a que o hotel já habituou quem o visita.
Nos próximos meses, este hotel de Évora, nascido num convento do século XV, vai sofrer várias atualizações, a começar pelo Divinus, que será remodelado e terá uma nova decoração mais contemporânea. Os quartos também estão a sofrer um processo de atualização, para que o hotel, mantendo o seu charme intemporal, continue atrativo a quem o conhece pela primeira vez ou regressa.
Duarte Batista é a primeira face visível dessa transformação. No Divinus, mesmo antes de o espaço sofrer uma já muito merecida transformação, tivemos a oportunidade de provar alguns dos novos pratos da carta. Os Nossos Croquetes do Montado (12,50€) são perigosamente gulosos e o Atum dos Açores, Maracujá e Batata Doce (18,50€) refrescante e tropical. O bacalhau, aqui acompanhado de Falsa Miga de Azeitona e Caldo de Coentros (27,50) estava com a lasca no ponto e o Robalo e Lavagante da Costa Vicentina (36,50€) apurado e delicioso.
O Borrego, Ervilha, Paio de Porco Preto (27,50€), bastante apurado, é um pouco pesado para o jantar, mas satisfaz os amantes de carne. Tivemos ainda a oportunidade de finalizar com um clássico do Divinus, a Pavlova com Morangos, Espumante e Líchia, uma sobremesa refrescante e uma explosão de sabor, só mesmo para os amantes de cacau, Chocolate de S. Tomé, Framboesa e Pinhão (14,50€).
Conheça os novos pratos do Divinus
Perdeu-se um atleta, ganhou-se um campeão de abertura de hotéis
Natural do Fundão, Duarte Batista, de 36 anos, quis trazer até à mesa do Divinus "produtos provenientes dos ecossistemas" portugueses, do montado até às ilhas. "Nós não conseguimos, nesta altura do ano, representar todos os ecossistemas. Porque há produtos que são muito específicos de determinada altura do ano. No inverno podemos ir buscar os cogumelos, as ervas campestres mais intensas. “E depois, é ir buscar um bocadinho do que existe de norte a sul, dentro do que é a cozinha portuguesa, usando estas técnicas”, explica o chef. O objetivo deste beirão, agora convertido às planícies alentejanas, é "viajar um bocadinho de Portugal", sempre sem esquecer que a casa que recebe os comensais fica aqui, neste Alentejo.
Além do Divinus, o plano de Duarte Batista passa por reativar a parte da restauração do Cenoura-Brava, o outro alojamento do grupo Convento do Espinheiro, situado na propriedade contígua ao hotel de cinto estrelas. "A minha ideia é, numa fase inicial, criar uma experiência imersiva. Não é ter uma porta aberta diariamente, mas sim criar uma experiência em que um hóspede venha com o pack de alojamento, em que criemos um menu a partir da visita aos produtores", explica o chef. Este plano deverá ser concretizado ainda durante 2025.

Este plano incluirá os hóspedes na recolha da matéria-prima que se servirá depois à mesa, desde "ver como é que se cria um porco preto", até "ir de barco apanhar um peixe", passando também pelos vinhos. "Nesta fase é programado para que seja uma coisa exclusiva. Nenhuma refeição vai ser igual à outra", salienta.
Com apenas 16 anos, Duarte Batista foi parar à hotelaria por acaso, no Alambique - Hotel Resort & Spa, ainda no Fundão. "Um dia o cozinheiro faltou e lá fui eu. E começou. Já tinha o gosto pela cozinha desde pequenino. Era para seguir desporto mas, devido a umas lesões, não pude. Isto misturou-se tudo, foi um rebuliço e foi para cozinha", relembra o chef.
Com 19 anos de experiência no mundo da hotelaria, Duarte Batista iniciou a sua carreira profissional no Praia D'El Rey Marriott Golf & Beach Resort, no Oeste. Fez parte da equipa fundadora do Myriad by SANA Hotel, em Lisboa, e depois esteve no L'AND Vineyards, em Montemor-o-Novo. Saiu para fazer a abertura do restaurante O Abraço, e regressa à restauração em hotelaria como sous chef do Epic SANA Marquês, em Lisboa.
Foi também chef executivo do InterContinental Cascais-Estoril e, depois, rumou ao norte, onde fez a abertura de três hotéis: Boeira Garden Hotel Porto Gaia, Casa da Companhia e Renaissance Porto Lapa Hotel. "Desde 2019 a minha carreira foi fazer aberturas de hotéis", explica o chef.