Se acha que para ter umas férias paradisíacas, com praias apetecíveis e mar azul turquesa, precisa de passar horas intermináveis num avião, esqueça isso. Djerba, ilha turística na Tunísia, fica a menos de duas horas e meia de avião quer de Lisboa, quer do Porto.

No caso de pensar que a temperatura da água apenas remete a uma banheira em destinos longínquos e caros, também pode colocar essa ideia de lado. O mesmo se aplica se considera que, para bronzear fora do País com mais de 30ºC, tem de gastar muito dinheiro.

A MAGG esteve em Djerba e verificou todos esses potenciais preconceitos. Depois de lhe indicarmos alguns hotéis nos quais pode ficar hospedado durante umas férias no paraíso (com preços) e de lhe dizermos quais são as excursões imperdíveis (como uma ida ao deserto), explicamos-lhe por que motivos deve escolher esta ilha como o seu próximo destino.

Um destino paradisíaco mesmo aqui ao lado

Além de ser forte na vertente praia, Djerba também tem muita cultura e história para dar a conhecer aos turistas. Cada vez mais procurada, tem o mesmo fuso-horário que Portugal, pelo que não vai ter de andar a verificar o relógio para saber se pode ligar aos seus familiares.

Os voos, como já referimos, são muito curtos. O operador turístico Egotravel tem partidas do Porto todas as quartas-feiras e, a partir de junho, a frequência aumentará para dois voos à quarta e dois à quinta, tanto do Porto como da capital.

Djerba
créditos: MAGG

Uma vez lá, terá o apoio dos guias turísticos tunisinos representantes da Egotravel, Salim e Ayoub, que falam português e reúnem com os turistas para apresentar e acompanhar as excursões. Outro dos motivos que torna Djerba tão atrativa é o preço. Por cerca de 500€ por pessoa consegue passar uma semana neste paraíso no norte de África.

Djerba está ligada ao resto do país por uma ponte romana. É uma ilha pequena, pelo que o transfer do aeroporto até à zona dos resorts demora apenas meia hora. "É uma grande vantagem de Djerba, se não houver trânsito no caminho, porque há muitos camelos a passar", brinca o guia Salim.

Da gastronomia típica às temperaturas que se fazem sentir

Por ano, o país recebe cerca de sete milhões de turistas, sendo a economia muito dependente deste setor. Com 12 milhões de habitantes, a maioria vive na zona norte, "onde há mais dinheiro e mais trabalho", e na costa, "onde estão as zonas turísticas", assim como explica o mesmo guia turístico, que acrescenta que quase metade da população tunisina tem menos de 30 anos.

A Tunísia faz fronteira com a Argélia a oeste e com a Líbia a sudeste. 40% da superfície do país está ocupada pelo deserto do Saara. A temperatura média no inverno é de 19ºC e no verão de 32ºC, sendo que as estações do ano correspondem às de Portugal. "Há dias em que chega aos 50ºC no deserto, em julho ou agosto. No inverno, à noite, aos 0ºC", refere Salim Nabli.

Djerba
créditos: MAGG

Há mais de 320 dias de sol e, no geral, "não chove muito". É mais no norte. A língua oficial é o árabe, seguido do francês, uma vez que a Tunísia foi uma colónia francesa desde 1881 e até 1956. Hoje, ainda estudam este idioma na escola e França é o principal fornecedor do país. A maioria dos tunisinos fala um dialecto que mistura árabe, espanhol, francês e inglês.

A Tunísia (que tem Tunes como capital) é um grande produtor de azeite, possuindo muitas oliveiras ao longo do território, assim como tamareiras. São mais de 100 as variedades de tâmaras, cuja colheita começa em outubro. Consideradas um "produto afrodisíaco", estão por toda a parte, pelo que não deve deixar de as provar.

Assim como outras especialidades tunisinas como o peixe grelhado, como robalo ou dourada, o ojja, uma espécie de tomatada com ovo escalfado, e, acima de tudo, o brik, um pastel de massa fina com o formato de um rissol, recheado com elementos como ovo, batata, carne e atum.

Djerba
O brik. créditos: MAGG

A dinâmica de um país devoto ao Islão

Há mais mulheres do que homens a estudar e a trabalhar. Um terço dos tunisinos estão escolarizados e o desemprego ronda os 15%, sendo agravado na zona interior e no deserto, onde "a vida começa às quatro horas da manhã no campo e nas fábricas". Permanecem até às 10 horas e, devido ao calor, voltam para casa, apenas regressando pelas 17 horas.

"O ordenado mínimo é mais ou menos 200€, mas a maioria ganha mais. Um trabalhador de hotel tira uns 400€, uma professora uns 700€", exemplifica Salim Nabli. O serviço militar é obrigatório na Tunísia a partir dos 20 anos durante um ano. A religião predominante é o islamismo.

"O chefe da casa na Tunísia é sempre a mulher", assegura este guia turístico, que explica que, "não é obrigatório vestir a burka" e que, quando vemos as tunisinas todas cobertas com vestes, "pode não ter que ver com a religião" e ser, sim, "para se protegerem do sol e do calor".

Djerba
créditos: MAGG

98% dos tunisinos são muçulmanos, embora exista uma grande comunidade judaica em Djerba, onde está situada La Ghriba, a sinagoga mais antiga do norte de África. As crenças religiosas da população não trazem quaisquer implicações para os turistas, nem em termos de roupa.

Apesar de existirem muitos muçulmanos no país, "nem todos são praticantes". Para o serem, têm de cumprir certas bases, como rezar cinco vezes por dia, jejuar durante o mês do Ramadão (quem tem uma boa saúde só pode comer, beber, fumar e beijar, por exemplo, quando não está sol) e "ajudar os pobres".

Água do mar a 30ºC e uma paisagem caraterística

"Djerba tem uma cultura muito própria", assim como Gonçalo Palma, diretor-geral da Egotravel, disse à MAGG. E isso nota-se também na paisagem, por norma marcada com edifícios baixos brancos e muita areia. As ruínas romanas também predominam, assim como as bancas com cerâmica ou têxteis como tapetes.

As portas são inconfundíveis: costumam ter um peixe e uma mão de Fátima (filha do profeta Maomé) "para dar sorte", luas e estrelas e três batentes, cada um com um som diferente, para que o anfitrião possa perceber se quem bate à porta é um homem, uma mulher ou uma criança.

Djerba
créditos: MAGG

Também as praias se distinguem, já que dispõem de mantos de areia branca onde, com bastante frequência, passam cavalos e camelos. É possível percorrer os areais em cima destes bichos. Apesar de não existirem vendedores de bolas de Berlim, há quem tente fazer negócio com toalhas de praia ou bijuteria. A água atinge os 30ºC em julho e agosto.

Há muitas palmeiras e zonas com água azul turquesa, totalmente transparente. Também existem sítios a onde o sargaço chega com mais frequência, mas trata-se de um fenómeno da natureza, que serve para limpar o mar. "A função dele não é chatear os turistas", relembra o diretor-geral da Egotravel. Tal como a MAGG verificou, não chega a ser motivo para incómodo.

É verdade que se trocam mulheres por camelos?

A oferta turística cresce a largos passos a cada dia que passa, existindo já cerca de 150 hotéis em Djerba, que se tem tornado casa para muitos estrangeiros. "Quase cinco mil franceses" já assentaram nesta ilha. Uma visita ao deserto mostra uma realidade muito diferente, por exemplo através do quotidiano Berbere, o primeiro povo a habitar a Tunísia.

Têm um dialecto próprio e preferem viver em zonas isoladas, como grutas e montanhas. Atualmente, 1% dos tunisinos são berberes. Porém, em nenhuma zona do país oferecem camelos por mulheres. "Nunca trocamos mulheres por camelos. Antigamente oferecíamo-los à família da noiva. Hoje damos ouro", explica o guia turístico Salim.

"A maioria das mulheres em Djerba não tem conta bancária; tem ouro", conta. "O nosso casamento é muito especial. Tem de ser mesmo um festival", assegura, adiantando que "toda a cidade pode ir lá jantar e dançar", mesmo que não receba nenhum convite no correio. A tradição estabelece que se realizem sete dias de festas.

Djerba
créditos: MAGG

Durante este "festival", as mulheres fazem tatuagens (por exemplo, contra o mau olhado) e vão até casa do marido montadas num camelo. Atualmente, ainda é mal visto um homem e uma mulher estarem juntos sem se casarem, já que, caso tenham um filho, este não poderá ter o nome do pai sem existir matrimónio.

Antes do casamento, a noiva fica um mês em casa para engordar e não bronzear. Por norma, as mães dos homens ajudam-nos a escolher as noivas. Como, se andam muitas vezes tapadas? Nos banhos turcos, que têm como hábito frequentar uma vez por semana. Analisam a potencial candidata, assim como a respetiva mãe.

Quando a mulher é escolhida, é convidada a ir a casa do futuro noivo, onde lhe é oferecida uma amêndoa com casca para que a futura sogra possa verificar se a noiva tem bons dentes. Não existem casamentos forçados, já que qualquer um dos dois pode rejeitar. À pergunta "qual é o critério dos homens?", Salim respondeu "Dinheiro. Depois falamos do resto".

Em média, as mulheres casam com 27 e os homens com 33 anos. Durante a cerimónia, cada convidado anuncia ao microfone quanto dinheiro vai oferecer como prenda. "É como um leilão. Temos de ajudar", justifica Salim. É o pai do noivo quem anda de mesa em mesa a apontar, para depois o noivo cobrar "como o crédito de um banco".

Djerba, a "ilha mística"

Agora que já sabe mais sobre este destino, falta conhecê-lo pessoalmente. Não é preciso gastar uma quantidade absurda de dinheiro para viver estas experiências, já que há excursões a 30€ por pessoa. A moeda é o Dinar tunisino, que vale menos do que o Euro. Pode efetuar o câmbio no hotel onde estiver hospedado (sendo que 10€ correspondem a cerca de 32 dinares).

Uma viagem de uma semana chega e sobra para descansar, aproveitar e absorver tudo o que este destino tem para lhe dar. Se partir a 3 ou a 10 de maio, as férias ficam-lhe por 512€ por pessoa, num hotel de três estrelas, em regime tudo incluído, voos de ida e volta, taxas, transferes e seguro de viagem, assim como revela a simulação que a MAGG efetuou no site da Egotravel.

*A MAGG esteve em Djerba, na Tunísia, a convite da Egotravel